“Uso lixo para produzir dinheiro”
Estudante de Física, Vasco Cossa
O estudante de Física e membro do grupo de Astrofísica, Ciências Espaciais e Inteligência Artificial da
UEM, Vasco Cossa, muito cedo, usou da sua criatividade e capacidade de inovar para desenvolver
projectos e atrair pequenos financiamentos. A maior parte desses projectos contaram com a
colaboração de outros estudantes universitários, respeitando sempre os princípios de Desenvolvimento
Sustentável. Foi assim que decidiram usar o lixo para produzir dinheiro.
O jovem universitário, que se destacou no ano passado ao conquistar o terceiro lugar no concurso
internacional “WEGE PRIZE”, revelou que é seu objectivo conquistar outros graus académicos e elevar
bem alto o nome da Universidade Eduardo Mondlane a nível internacional, através de inovações que
contribuem para a redução da pobreza, particularmente em Moçambique e no mundo em geral.
Em poucas linhas, acompanhe a entrevista com Vasco Cossa, no formato de perguntas e respostas.
Pode nos falar dos projectos que desenvolve neste momento?
Estou, neste momento, concentrado na implementação de duas iniciativas, nomeadamente, o projecto
denominado “AquaPro”, que demonstra que é possível produzir peixes, vegetais e lentilhas sem poluir
as águas, usando um sistema inovador, a aquaponia. O outro tem a ver com a prática de avicultura
verde, que consiste essencialmente em usar histéricos de galinhas para produzir biogás e
biofertilizantes, melhorando, assim, o processo de produção de frangos. Até o ano passado, quando
conquistamos prémios, estes projectos estavam apenas no papel. Agora, estamos a colocar em prática
as ideias.
Em que fase de implementação se encontram?
No que se refere ao “AquaPro”, estamos, neste momento, a produzir e a comercializar peixes e vegetais.
Os nossos centros de produção estão instalados em Acra, capital do Gana. Temos como potenciais
clientes restaurantes e mercados informais, uma vez que ainda não completamos a legalização da
actividade. Neste trabalho, estou com um grupo de estudantes universitários da China, Gana e Estados
Unidos. Quanto à produção de biogás, estamos a montar a planta da infraestrutura e, posteriormente,
iremos legalizar a actividade. Para isso, temos fundos que obtivemos de alguns concursos.
Até que ponto estes projectos contribuem para o crescimento do País?
Estas iniciativas estão ligadas aos princípios do Desenvolvimento Sustentável, pois contribuem para a
preservação do meio ambiente, estimulam o desenvolvimento do negócio para combater a fome e a
pobreza. Por exemplo, o “AquaPro” lança soluções revolucionárias para o futuro, inspirando estudantes
de faculdades ou universidades de todo o mundo a colaborarem em fronteiras institucionais,
disciplinares e culturais, para redesenhar a forma como as economias funcionam. Mostro como reduzir a aplicação de fertilizantes em cultivos orgânicos, minimizar o uso de água em 90 por cento, maximizar o
rendimento das culturas e contribuir para a economia circular.
Já na produção de biogás, para além da protecção do meio ambiente, está patente o uso de energias
renováveis. Mostro aos outros jovens que é possível usar o lixo para produzir dinheiro.
Impacto para a UEM?
Para além de incentivar os estudantes mais novos a criarem, elevam, cada vez mais, o nome da
Universidade Eduardo Mondlane a nível internacional, pois são inovações que minimizam maiores
preocupações mundiais, como a pobreza, fome e degradação do meio ambiente