“Penso, por exemplo, num sistema informático para monitorar pacientes”
Chama-se Sara Anabela Tivana, tem 22 anos, é estudante finalista do curso de Engenharia Informática na Faculdade de Engenharia da Universidade Eduardo Mondlane. Destacou-se ao desenvolver um sistema de monitoramento de veículos de baixo custo, visando, principalmente, minimizar roubos de viaturas na Faculdade.
Com esta invenção, a estudante espera minimizar também o desvio de rotas e, consequentemente, roubos de combustíveis nos carros da instituição.
Tivana fez o ensino primário na Escola Primária e Completa 3 de Fevereiro, na cidade de Maputo, tendo se destacado na disciplina de Matemática. Frequentou o nível secundário, de 8ª à 10ª classes, na Escola Secundária Josina Machel, tendo se notabilizado, de igual modo, nas disciplinas de Matemática e Física.
Em 2018, ingressa na UEM, para frequentar o curso dos sonhos (Engenharia Informática), destacando-se, ao longo da formação, em disciplinas que tem a ver com a programação e Matemática. A seguir, acompanhe a entrevista com a aspirante engenheira informática, Sara Anabela Tivane.
Qual foi o segredo para ingressar na universidade mais concorrida do país?
Comecei cedo a preparar-me para o efeito. Dispensei a 10ª classe. Frequentei 11ª e 12ª classes na Escola Secundária Francisco Manyanga, onde comecei a me dedicar seriamente para poder ser admitida na maior universidade do país. Preparei-me da melhor maneira porque sabia que o curso de engenheira informática é muito concorrido.
São poucas mulheres que concorrem às engenharias. Qual foi a sua motivação?
Particularmente, nunca acreditei que engenharia é só para homens, até porque os meus pais sempre me aconselharam a escolher o curso que achasse melhor. Ensinaram-me que, se um homem é capaz de fazer um curso ou alcançar um determinado objectivo, eu também posso. Na minha adolescência, certo dia, fui ao Aeroporto e vi que as portas se abriam automaticamente e questionei-me como seria possível. Depois, os meus pais explicaram-me que, cursando engenharia informática ou mecânica, podia entender melhor a inovação. A partir daí, nutriu em mim o interesse de abraçar este curso.
Inspiração para o sucesso na vida académica?
Os meus pais sempre foram minha fonte de inspiração para conseguir ultrapassar qualquer obstáculo na faculdade. Nunca duvidaram das minhas capacidades. Por exemplo, fiquei espantado quando vi que a minha turma era composta por apenas cinco meninas e, agora, na fase final, ficamos duas. Por isso, digo a todas meninas que engenharia não é bicho de sete cabeças. Abracem cursos de engenharia e acreditem que, se alguém conseguiu, vocês também podem.