Docentes enaltecem a grandeza da mulher
Docentes e investigadoras da UEM defenderam que a mulher moçambicana é por natureza trabalhadora e que, para ser cada vez mais valorizada numa sociedade onde ainda há sinais de descriminação, deve apostar pela formação, pois o conhecimento constitui um instrumento de libertação contra os males.
Falando por ocasião do Dia da Mulher Moçambicana, 07 de Abril, as nossas entrevistadas alertaram igualmente a necessidade de as mais crescidas serem exemplares e fontes de inspiração para as mais jovens.
A Drª. Maria Cremilda Massingue, docente da ECA e profissional de comunicação, defende que a coisa mais preciosa que a mulher tem e que ninguém pode a arrancar é sabedoria, assegurando que o conhecimento é instrumento de libertação contra os males e que abre oportunidades diversas para a mulher.
“Devemos ter o espírito de querer aprender sempre, porque além daquilo que temos como mais sagrado e mais precioso, a vida neste caso, o conhecimento é preciso, não podemos ter receio de aprender e de errar”, referiu.
Explicou que as mulheres podem ter muitas jóias, vestidos bonitos, sapatos de moda e outros bens preciosos, mas deve saber que tudo isto é passageiro. “Algo que é efémero, pois pode ficar fora de moda ou podem ser roubadas. Mas, o conhecimento, uma vez adquirido, é nosso e aí ninguém nos tira, constituindo um instrumento de libertação, um instrumento que nos permite sermos nós, que nos permite podermos ir mais longe”, alertou.
A docente da UEM deixou um recado às mulheres moçambicanas: “Devemos ter orgulho de ser mulheres, sermos nós próprias a saber que a nossa posição na sociedade é uma tarefa dupla porque as exigências são altas, se eu hoje faço alguma coisa, tenho de fazer duplamente bem para merecer apreciação”, exortou.
Por sua vez, a Professora Catedrática Natasha Ribeiro, falou dos seus desafios profissionais, assegurando que a mulher moçambicana é movida por uma força profissional que a permite dar o seu melhor para o país e o mundo em geral.
Relatou igualmente a experiência de trabalho de campo como mulher, alertando que a mulher é por natureza trabalhadora. “Nós que trabalhamos na zona rural vemos mulheres que buscam água, carregam lenha pela cabeça, cuidam das crianças , cozinham e fazem mais coisas. Aconselho a camada mais jovem a olhar para aquilo que é a mulher rural, pois ela tem muita coisa a ensinar”, alertou.
A Professora Catedrática aconselhou: “Ser mulher com vida profissional e vida pessoal e compatibilizar essas duas vidas é um desafio muito grande. Acho que cada mulher Moçambicana ou mulher que seja se move por uma força muito grande. A força profissional de dar o seu melhor para o país e para o mundo em geral, mas ao mesmo tempo também dar o seu melhor para aquilo que é a sua vida familiar e filhos”.
A mesma opinião foi partilhada pela Prof. Doutora Cesaltina Tchamo, que explicou que a mulher deve estudar e ter foco para evitar ser vista como gênero mais fraco. “Temos de ter foco e desempenharmos as nossas funções com zelo, pois isso nos faz crescer ainda mais, a humildade é importante”, aconselhou.